Agora em 2018 completam-se os 40 anos de nascimento do primeiro bebê de proveta, Louise Brown, na cidade de Manchester, Inglaterra, em 25 de julho de 1978. O feito foi realizado pelo ginecologista Patrick Steptoe e pelo fisiologista Robert Edwards. Poucas áreas da medicina tiveram tamanho impacto na Sociedade Moderna como a reprodução assistida, a ponto de o Dr. Robert Edwards ter sido laureado com o Prêmio Nobel de Medicina em 2010. Esse impacto ocorreu não só com a possibilidade de ampliação dos tratamentos aos casais com dificuldades para engravidar, mas também com a mudança de vários conceitos, tanto técnicos como sociológicos. O termo esterilidade desapareceu, dando lugar ao termo infertilidade – enquanto o primeiro designa a completa incapacidade de se reproduzir, o segundo indica a dificuldade. Naquela época, inúmeros casais não tinham opção alguma para enfrentar seus problemas de fertilidade. Surgiram depois inúmeras técnicas e procedimentos oriundos da técnica “mãe” – a fertilização in vitro. Imagine engravidar com óvulos de outra pessoa (doação de óvulos), usar o útero de outra pessoa para gestar (útero de substituição) ou congelar embriões ou óvulos para uso posterior (congelamento de gametas e embriões). Mais recentemente, no início dos anos 2000, a técnica de congelamento de óvulos deu um salto, o que tornou possível incluí-la no conjunto de técnicas viáveis, alindo a possibilidade de preservação de óvulos em caso de doenças oncológicas ou mesmo simplesmente o congelamento de óvulos para postergar a maternidade. Podemos citar ainda a Prefácio produção independente e a gravidez de casais homoafetivos, entre outras. Podemos afirmar que o conjunto das técnicas de fertilização in vitro ditas reprodução assistida permitiram ou potencializarem a evolução sociológica de nossa sociedade, alterando por completo o conceito de família. Minas Gerais teve e tem um importante papel na implantação e no desenvolvimento da reprodução assistida no Brasil, e seus profissionais foram responsáveis por feitos maravilhosos, tornando-se referência internacional na área. A Sogimig se insere de maneira pioneira na educação continuada de seus associados ao editar desde 1996 o Manual Sogimig de Ginecologia e Obstetrícia, referência nacional na área. Agora com a série Manuais Sogimig de Especialidades, novamente a Sogimig sai na frente e edita 12 volumes de especialidades da Ginecologia e Obstetrícia. Parabéns à atual gestão da Sogimig na pessoa de seu Presidente, Carlos Henrique Mascarenhas Silva, por mais essa iniciativa. Tenho certeza de que este volume, bem como os demais da coleção, propiciará ótimas ferramentas para a educação médica continuada tanto de nossos associados como dos ginecologistas e obstetras de todo o Brasil.